Sou uma
árvore.
Uma árvore que viveu
Na orla da floresta
Estendendo
seus braços
Sobre o caminho.
Sou uma árvore.
Uma
árvore que viu
Vezes sem conta
A fina areia a esgotar-se
Na
ampulheta do tempo
E as registrou,
Uma a uma,
Nos anéis da sua
alma
Para lembrar cada uma das Primaveras,
A época feliz dos sonhos e das
flores
Em que os pássaros vinham,
Em bandos,
Fazer os ninhos
Nos
meus braços.
Sou uma árvore.
Uma árvore que
desanima
Porque subindo em altura
Lhe é cada vez mais penoso
Juntar
forças
Para ir buscar a seiva à terra
E levá-la
Às mãos
distantes.
Sou uma árvore
Uma árvore
Que
morre.
Lenta, lentamente
Morre
À beira do caminho
Porque
os pássaros, pressentindo
O influxo do sangue aos braços
E o gélido torpor
da morte
Levantam vôo
E vão fazer o ninho
Noutras
paragens.
Sou uma àrvore.
Uma àrvore que
morre...
Lenta, lentamente,
Morre.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário